sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Revés de ampulheta.


Recentemente, achei um caderno que me pertenceu aos 6 anos de idade. Meus olhos castanhos discutíveis captaram desenhos, colagens e uma letra trêmula, que ainda estava aprendendo a se auto-afirmar e a ganhar firmeza. A infância presente em cada uma daquelas páginas fez-me lembrar da sensação de estar num lugar onde tudo parece maior do que você mesma. Quando os pés não alcançam o chão ao sentar numa cadeira muito alta ou quando se precisa ficar na ponta dos dedos para visualizar o que se encontra em cima de um balcão. De repente, uma verdade me atingiu como um raio: Todos nós temos um pouco disso. Longe de tudo, não somos nada além de: Uma criança assustada. Apesar dessa certeza irrefutável, continuo não querendo ser tratada assim. Melhor esconder as inseguranças e os temores em uma manta negra e pesada? Talvez. Até gosto de ter dúvidas.