sábado, 13 de junho de 2009

78 cadeiras. Ao passar mais de uma hora numa sala "vazia" (sim, as cadeiras são uma maravilhosa companhia), mesmo que as contas não sejam atraentes, a tentação de saber quantos objetos a observavam era acentuadíssima. Bom, eram 78 cadeiras vazias. E daí? Queria escrever isso, mas faltou-lhe impulso para pegar umas folhas quaisquer e pôr em prática o que se compunha em sua mente. Respirou fundo e moveu-se. Barulho de mochila, de pacotinhos de vita-C, e, finalmente, de folhas. Rasgou uma. Poderia tê-la tirado sem rasgar, mas, ao menos naquele momento, preferia a rapidez avassaladora à calma torturante. São só folhas, elas não interessam. Rabiscou um ou dois parágrafos, não gostou. Quis amassar, como sempre fazia. Talvez a situação merecesse um pouco mais, eram folhas rabiscadas que faziam-se inúteis. Rasgá-las parecia mais apropriado. Mas, onde jogá-las depois? Não havia lixeira na sala! (Precisava lembrar de reclamar disso junto aos funcionários, posteriormente.)

Mas ah... Quer saber? Ela não queria levantar-se dali. Eram muitas escadas e só ela sabe o quanto foi extremamente cansativo subi-las. Melhor guardar, mesmo. Lembrou-se da existência de uns envelopes na sua pasta. É, envelopes. Infelizmente, era plural. Acabou guardando os rabiscos dentro do mais pálido dos envelopes que ali se encontravam (por sorte, um ou outro ainda estava vazio) e pensou num possível destino para o conteúdo dos outros elementos que compunham aquele plural de papéis rabiscados, rebuscados e, provavelmente, ridículos. Talvez ela amassasse, como geralmente fazia com suas composições que não soavam bem. Talvez ela deixasse lá, naquele pálido envelope, e guardasse no fundo de uma gaveta qualquer, para ter o esquecimento como resultado. Eram só uns dois parágragos rascunhados sobre um monte de cadeiras vazias. Eram só papéis. Eles não são tão importantes assim. Talvez.

3 comentários:

- Tetê - disse...

Papéis não são mesmo muito relevantes, exceto por transportarem todo sentimento que não conhecemos.

Paola disse...

Papéis, no meu caso, se tiverem minha letra e uma linha escrita, dizem mais sobre mim do que muitas palavras ditas em qualquer alto e bom som. Se eu fosse vc reservaria uma gaveta esquecida pra guardar paéis esquecidos q um dia serão encontrados. Eu não sou você, mas eu faço isso.

Juss disse...

O que seria da gente se não fossem as folhas de papel. :P