terça-feira, 19 de maio de 2009


Nosso poder de confundir as coisas chega a ser assustador. Escutamos errado, interpretamos errado, escrevemos errado. Provavelmente, alguma parte do nosso cérebro é responsável por tais acontecimentos, como se quisesse nos pregar uma peça ou mesmo rir da nossa cara. Tá bom, tá bom, eu sei que cérebro não pode rir. Mas ele é o mestre, não é? Pode muito bem dar a ordem para que possamos rir das nossas próprias confusões. Ou das confusões dos outros (que, sem hipocrisia, são as melhores).

Existem várias maneiras de se equivocar involuntariamente em alguma tarefa. Ao escrever fórmulas numa aula de física, por exemplo, podemos trocar um R por um F. Motivo? Pensamentos voadores, claro! Vai que o nome da “tal pessoa” começa com F e os humanos, exacerbadamente apaixonados que são, acabam vendo as iniciais do que parece ser o nome mais lindo do mundo em todos os lugares? É mais normal do que bater o pé no ritmo de uma música bacana que ecoe nos ouvidos.

As ligações erradas são um trunfo à parte. Por surdez, distração, pressa ou qualquer outro motivo, nós anotamos o número errado, trocando um 6 por um 3, por exemplo. (Por sinal, ao dar seu telefone para alguém, refira-se ao 6 como “meia”. Evita ao menos um desses deslizes.) Uma simples inconveniência por parte do nosso querido e zombeteiro cérebro pode acarretar desastrosas conseqüências. Qualquer um ficaria aborrecido ao receber ligações como esta:

- Alô, meu amoooor! Ah, você não sabe o quanto eu tenho saudades de você!
- Alô quem?
- Sou eu, meu bem! Aaah, te conheço. Só porque a ligação tá meio ruim, cê fica aí se fazendo de difícil. Até parece que eu vou acreditar que você não lembra de mim! Cê tava tão linda na última vez em que nos vimos, com aquele biquíni azul-piscina!
- Hã? Biquíni? Meu filho, eu sou uma velha de 78 anos! Não uso biquíni.
- Hein? Desculpa aí, senhora! Ligação errada!

Resultado? Trauma. Tadinha da velhinha. Algumas delas poderiam até achar ótimo o fato de receberem uma ligação de um rapaz dizendo que elas ficam ótimas de biquíni, mesmo que seja um engano. Mas é melhor acreditar na pureza da nobre senhora e ficar com a hipótese de que ela tenha ficado, no mínimo, envergonhada. Sem contar o rapaz que, ansioso por despejar seus galanteios, acabou indo com muita sede ao pote e dando uma cantada numa senhora que poderia ser sua avó.

O pior é que não há como se prevenir de tais situações. Conheço casos de pessoas que receberam ligações de esposas furiosas e, usando um senso de humor quase cruel, fingiram ser amantes do marido em questão. Quase acaba em morte. Eu mesma já estive envolvida indiretamente numa ligação equivocada. Um amigo que, por sinal, foi quem me pediu para escrever este texto, anotou o número do meu telefone erroneamente. Ao ligar para mim, acostumado a despejar suas adoráveis pilhérias sobre o meu aspecto indígena, perguntou para o interlocutor: “É da tribo da Thamires?”. Não preciso nem descrever a situação embaraçosa que ali se formara. Basta dizer que, até hoje, várias pessoas costumam ligar para minha casa perguntando se aqui há garrafões de água para vender. Para os que atendem a essas ligações, recomendo a paciência e o senso de humor, acima de tudo. Deixo aqui o apelo para os que me ligarem equivocadamente. Não levem a mal se eu usar meu humor tipicamente cearense para rir dos seus enganos. É que não tem como não gracejar com as pequenas falhas cometidas pelos nossos mortais neurônios.




PS: Pensou que eu fosse esquecer, né? Não mesmo. Promessa é dívida, eis o texto. :]

5 comentários:

Juss disse...

Pois é, né...herrar é umano... ^^'

Juss disse...

A propósito...promessa é dívida, sim. E você, como sempre, cumpre-as. Com palavras então, brilhantemente! =]

- Tetê - disse...

Fazer o quê se nossa mente é mais sincera do que gostaríamos?
"Ato Falho". É isso que fode a minha vida! hahahaha
Distração também não ajuda muito! rs

Anônimo disse...

Ri muuuuito aqui. Não sei se pelo texto em si ou se pelo "É da tribo da Thamires?".

Paola disse...

A tribo da Thamires né xD AHSUDAHSDUHASUDHUS Eu soube dessa história.